Dossiê Comemorativo por Amálio Pinheiro e Pedro Granado

Prólogo
Este dossiê comemorativo dos 100 de Trilce de César Vallejo busca ampliar o campo de relações entre a obra do poeta peruano, a literatura brasileira e ibero-americana de invenção e o público brasileiro. Há aqui uma amostragem de que seus poemas, pela subversão em espiral e pelos solavancos de leitura, são um lugar de descobertas e análises em contínua expansão. Uma expansão que, pela quantidade, qualidade, radicalidade e convergência das rupturas, provoca deslocamentos nos próprios modos de se lerem versos e de se considerar o gênero literário. Abre o dossiê um texto em que Julio Ortega festeja a prática da tradução e da amizade com Haroldo de Campos, onde o ponto de partida já culminante é a necessidade, no exemplo de Trilce XXIX, de se traduzir o que parece intraduzível. Julio Ortega mostra como Haroldo situa Vallejo nessa trilha da invenção radical e da incorporação múltipla, em rotação plurilingue, da poesia e prosa ibero-americana. Segue-se o artigo de Pedro Granados, que apresenta “un modo brasileño de leer al peruano”, ao mesmo tempo em que, tendo como base o cotejo de um dos Poemas en prosa de César Vallejo com os materiais de Trilce, adianta-nos uma cena-mito, em arquipélago, de mediação ameríndia com o mundo. Acompanha o artigo um texto analítico de Trilce LXXVII. Em seguida, Amálio Pinheiro desenvolve relações entre a dificuldade de ler Vallejo, sua especialíssima vinculação às chamadas vanguardas, via Haroldo de Campos, e os encadeamentos entre o poético e o político. O conjunto se completa com uma análise e tradução de Trilce XXXIV.
Amálio Pinheiro
Pedro Granados
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