Trecho do livro “César Vallejo. O abalo coreográfico”, escrito por Amálio Pinheiro.
“O que distingue Vallejo é a sua rigorosa e particular escolha serial de máxima contiguidade gráfica: o corpóreo, em suas falas, reações e silêncios. Aquilo que menos costuma ser contado; linguagem que se recusa a ser sucessiva; contra a narrativa de palanque. Passa a relação obra / vida a ser uma operação tradutória última, simultânea àquela sua contínua faina de fazer permutarem-se prosa e verso, palavra e palavra, grafema e grafema. Vale nos atos e fatos o que se pode articular como extensão textual. Ação vertiginosa na voragem entre palavra e coisa. Nesse movimento, dissolve-se também a fratura entre poesia e crítica poética. “