TRASH? por @GigiSPerez-Designer

05 de junho – Dia Mundial do Meio Ambiente
 
Trabalho de artemídia realizado em 2021, durante o período pandêmico da Covid19: vídeo-performance, videoinstalação, cenografia (tecido preto e resíduos domésticos) inseridos no espaço por meio do Upcycling (objeto de estudo da artista, no doutorado em Comunicação e Semiótica), foto-arte (arte aplicada a fotografia) releitura de Nu Azul (1952) de Henri Matisse, música Mix Eletronic – Beliver Remix, aplicativo INSHOT e celular Redmi 8A. Notamos que, foi realizado um trabalho de inteligência visual, pois a artista não fotografou e filmou apenas com o seu celular, mas com a sua cultura. “Devemos pensar, portanto, a obra em criação como um sistema aberto que troca informações com seu meio ambiente. Nesse sentido, as interações envolvem também as relações entre espaço, tempo social e individual” (Salles, 2008:24). Os objetos selecionados foram inseridos em um novo contexto, que envolveram as relações da artista, com a cultura, a memória, o entorno, com o meio ambiente […] o encaixe de elementos e materiais díspares favorece, concomitantemente, inserção da natureza na cultura (Pinheiro, 2013). Ao recorrer a pesquisa empírica, bibliográfica, exploratória e aplicada, como metodologia, a artista resgata memórias culturais e experiências vividas com objetivo de chamar a atenção e conscientizar o espectador para o descarte correto do seu resíduo doméstico. Por meio do Upcycling, também conhecido como processo de reutilização criativa, materiais e produtos pós consumo, são ressignificados e inseridos em um novo contexto, “[…] um laboratório de experiências sensíveis em que tomam a dianteira a desmesura barroca e a intensidade performática da cultura carnal gestualmente incorporada” (Pinheiro, 2013, p.28) no campo da complexidade e do conhecimento da artemídia: arte, fotografia, videoinstalação, vídeo-performance. Podemos observar, segundo Pinheiro (2013, p 24) “aumentam em muito a complexidade e pertinência das interações entre os meios, artes, processos criativos e séries culturais.” O processo criativo, Upcycling, foi documentado por meio de vídeo, para criar a instalação com lixo doméstico (materiais e produtos pós consumo) “tais materiais situaram localmente os múltiplos conhecimentos migrantes e imigrantes, dando forma a objetos e artes que não cabem dentro de noções binárias totalizantes, visto que as partes de um texto podem e devem pertencer também a outros textos.” (Pinheiro, 2013, p.28).
 
Referências
PINHEIRO, Amálio. Barroco, cidade, jornal. São Paulo: Intermeios, 2013.
RICART, Joan. Henri Matisse – Coleção Grandes Mestres da Pintura. Coordenação e organização Folha de São Paulo; tradução Martin Ernesto Russo. Barueri, SP: Editora Sol, 2007.
SALLES, Cecília A. Redes da Criação. Construção da obra de arte. 2ª edição. Vinhedo: Horizonte, 2008.
 
STRICKLAND, Carol. Arte Comentada: da pré-história ao pós-moderno. Tradução Ângela Lobo de Andrade. – Rio de Janeiro: Ediouro 1999.