NKODYA DYA MPANGU

Encontros de Arte e Pensamento

Em que Língua pensamos, falamos e escrevemos?
Oralidades, Filosofia e Literaturas
III Encontro de Língua, Arte e Pensamento
do Centro de Estudos Literários Angolanos (CELA)
O evento acontece nos dias 5, 6 e 7 de novembro na página Centro de Estudos Literários Angolanos – CELA e no Youtube, @celangola. Acompanhem!
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Nzaya.
Se entendermos que a linguagem é uma forma de expressão, mas também de dominação, com um pouco de ponderação, percebemos que nos países colonizados e dominados, vítimas de lentas e continuadas invasões culturais, como os nossos, as oralidades são muito importantes pelo facto de preservarem as diferentes línguas autóctones, garantindo-lhes contextos reais e múltiplos de uso e funcionando, muito frequentemente, como espaços de liberdade e de afirmação identitária. Em ambientes multilingues, todas as linguagens orais cruzam-se e têm um movimento de contínua recriação e invenção, valorizando, muitas vezes à margem dos circuitos de poder instituídos, outros instrumentos de comunicação como a voz e o próprio corpo. Verifica-se, a partir desse registo, que o provérbio, a poesia, o conto e outros registos narrativos manifestam-se no que designaríamos de oralitura ou vocotura.
As Línguas e as Literaturas no centro dos poderes instituídos também fazem uso desse painel complexo de contribuições. Porém, instâncias de legitimação como as academias ou os prémios literários podem surgir como estorvos a esse reconhecimento. Em face a este cenário, em contextos como, por exemplo, o de Angola, verifica-se a institucionalização de uma oposição entre as línguas-culturas bantu e a língua oficial, veículo de expressão da cultura do antigo colonizador.
Estas problemáticas estão na base da organização deste encontro que pretende conduzir a uma reflexão sobre a questão: Em que Língua pensamos, falamos e escrevemos? É nosso interesse promover discussões em torno deste mote, analisando-o sob os pontos de vista do ensino-aprendizagem, da formulação de políticas públicas, da criação artística e literária, entre outras.
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Curadoria: Abreu Paxe (Angola), Luís Serguilha (Portugal), Marcelo Ariel (Brasil), Maria Fernanda de Mello (Brasil), Micaela Ramon (Portugal) e Ovídio Pahula (Angola)
Design e Assistência Técnica: Amanda Vital (Brasil/Portugal)