A crítica de arte e literária sempre esteve muito próxima da própria arte e da literatura, porque cada vez mais foram aparecendo criadores (artistas) que são críticos, assim como Mallarmé e Aroldo de Campos. Segundo Amálio, não se pode nem falar de alteridade da crítica com relação a arte: na medida que você escolhe um determinado texto para tradução você está fazendo uma seleção crítica, para fazer uma análise crítica a partir de uma certa teoria da literatura. Relata que, Tynianov pensa a relação entre as obras e o ambiente e que nos países da América Latina há uma Inter comunicabilidade entre todas as obras, que relaciona a fala cotidiana com a poesia, o canto com as letras da música popular, criando um enorme âmbito de mestiçagem. Então, uma crítica possível, agora, é uma crítica como arquipélago (múltiplo, variável e que ao mesmo tempo se sustenta, possui elementos invisíveis e pequenos tão importantes quanto os visíveis e grandes) onde a obra literária ou musical se intercomunica com as outras obras, relacionando o dentro e o fora, como o que Iuri Lotman fala em seu livro “A Estrutura do Texto Artístico”, ou seja, você vê como funcionam todos os elementos dentro e fora da obra. Segundo Amálio é uma mestiçagem que se dá como marchetaria, é uma grande antropofagia barroquizante cabocla, ou seja, o outro em mim e em vai e vem. E ele conclui dizendo, que ainda não há teoria filosófica, para designar a multiplicidade e a variação existente na América Latina.