PARA OS 100 ANOS DA ALEGRIA TRÍLCICA
Poetizemos o político.
“Era um constante e tenaz remoer”,
diria o biógrafo amigo Asturrizaga
sobre as trilcílabas calabrinas
em crisol.
“Um pouco mais de consideração,
e o terriço líquido, seis dessa tarde
COM OS SEUS MAIS SOBERBOS BEMÓIS”,
diria Vallejo, o César, cholo caboclo
sob o sol.
Desfiladeiros vocais desfaçam
nas falas em guano
os seus babosos reclichês rechicletes
que necrosam vencedores vincendos vencidos perdedouros vencedoiros pervincentes
perdorrentos
no Mesmoceno maiúsculo maxilar imóvel da
Mediocracia de Formulários,
um a um em fila nazi-iluminista,
porém, reparem e respeitem,
sempre muitíssimo bem preenchidos,
segundo Hannah Arendt,
meu bem!
Cartazes roucos e gagos celebrem
os ritmos das entranhas
geológicas, convexas dobras
em penca
reviradas retorcidas
em xaxim
dos desavessos das tribos
nos varais bemóis do agora
em coral
(Itanhaém Itanhaém Itanhaém)
nos cangotes da alegria.
Amálio Pinheiro
3 de setembro de 2022